Muitas adolescentes planejam a sua gestação. Sim, muitas gravidezes são planejadas, desejadas. Muitas dessas adolescentes com menos de 20 anos de idade, 18 anos já moram com um parceiro fixo, às vezes até há mais de 2 anos.

Aquilo que a gente acha, que gravidez na adolescência é indesejada, não é planejada, e até algo que é prejudica a vida da adolescente muitas vezes não é verdade. A gente encontra muitas pesquisas científicas que mostram o contrário disso.

Gravidez planejada, desejada. E que muda positivamente a vida daquela adolescente. Parece estranho falar isso, e às vezes até tipo, nossa, que coragem de falar um negócio desse, mas a realidade é essa, né?

Que a gente tem que olhar para as pessoas e respeitar os seus desejos, suas vontades. Sem querer ser aquele que dita as regras baseado em algum senso comum e diz que adolescentes não podem querer ser mães, que elas vão querer ser mães só na vida adulta, quando não, a gente tem que respeitar aquelas adolescentes que querem sim, de livre e espontânea vontade, pensado e planejado, serem mães.

Culturalmente, essas crenças existem no senso comum, onde fica quase impossível perceber uma gravidez na adolescência como senso algo positivo.

O profissional da saúde deve tomar cuidados para não ser contaminado com essas crenças a respeito de gravidez na adolescência, algo que culmina em violência obstétrica e violências psicológicas por parte de muitos médicos e outros profissionais que atendem essas gestantes.

Um profissional ético e competente não é conivente com crenças do senso comum, e sim com a ciência. Uma gravidez pode sim ser uma catástrofe, mas isso na vida de qualquer mulher, independentemente da idade, e diversos são os fatores que podem culminar nisso.

É necessário exercer um trabalho com cuidado e ter atenção redobrada ao atender essas adolescentes, que muitas vezes já enfrentam tanta rejeição dos pais e de toda a sociedade, então imagina chegar em um psicólogo e ele reafirmar todos esses aspectos negativos?