Psicólogas unidas pela desromantização da maternidade: A saúde mental materna em foco
Desmistificando a Maternidade: O Papel das Psicólogas na Saúde Mental
Por:
Profa. Ph.D Rafaela de Almeida Schiavo
Neste artigo, vamos explorar a importância da desromantização da maternidade e como a perspectiva das psicólogas pode ajudar a abordar o adoecimento mental das mulheres durante a gestação e o pós-parto. A pressão social para que a maternidade seja vista apenas como um momento de alegria e felicidade pode levar a sentimentos de culpa e tristeza, e é crucial que profissionais da saúde mental estejam preparados para lidar com essas realidades.
A desromantização da maternidade é um movimento essencial que busca desconstruir a imagem idealizada da experiência materna. Essa imagem, frequentemente promovida pela sociedade, retrata a maternidade como um período de pura felicidade e realização. No entanto, é fundamental reconhecer que a realidade é muito mais complexa.
A maternidade não é apenas uma jornada de alegrias; ela também pode ser marcada por desafios emocionais e psicológicos profundos. Ao desromantizar esse tema, possibilitamos um espaço seguro para que as mães compartilhem suas experiências, sem medo de julgamento ou culpa.
A romantização da maternidade cria uma expectativa irreal sobre o que significa ser mãe. Essa visão simplista ignora as dificuldades que muitas mulheres enfrentam, como a depressão pós-parto, a ansiedade e o estresse. Muitas mães se sentem pressionadas a cumprir um ideal que não corresponde à sua realidade.
Setembro Amarelo é um mês dedicado à prevenção do suicídio e à valorização da vida. Essa campanha é crucial, especialmente quando consideramos a saúde mental das mães. Falar sobre os desafios e as pressões da maternidade durante este mês é um passo importante para desromantizar a experiência materna.
A saúde mental das mulheres no período perinatal deve ser uma prioridade, e a prevenção do suicídio é uma parte vital desse cuidado. É essencial que as mães saibam que não estão sozinhas e que há apoio disponível.
Estatísticas sobre a saúde mental materna são alarmantes e revelam a necessidade urgente de atenção a esse tema. A cada 100.000 mulheres no período perinatal, quatro podem chegar ao extremo de tirar a própria vida. Isso é um indicativo de que muitas mulheres estão enfrentando sérios problemas de saúde mental.
Além disso, 88% das mulheres que sofrem violência doméstica têm seis vezes mais chances de desenvolver ideação suicida. Esse dado destaca a interseção entre violência, saúde mental e maternidade, enfatizando a importância de um suporte adequado.
A saúde mental materna é afetada por uma série de fatores de risco que se entrelaçam, criando um quadro complexo. Compreender esses fatores é essencial para oferecer o suporte adequado às mães durante o período perinatal.
Esses fatores, entre outros, contribuem para um ambiente emocional desafiador. É essencial que as mães recebam atenção não apenas física, mas também psicológica durante esses períodos críticos.
O acolhimento e a ausência de julgamento são fundamentais para a saúde mental das mães. Muitas vezes, as mulheres sentem que não podem expressar suas preocupações ou sentimentos negativos devido ao medo do estigma.
Um ambiente de acolhimento permite que as mães se sintam seguras para compartilhar suas experiências, sejam elas positivas ou negativas. O não julgamento é crucial para que possam explorar suas emoções livremente.
Quando as mães se sentem acolhidas, é mais provável que busquem ajuda e apoio, o que pode ser vital para a sua recuperação e bem-estar.
A demanda por psicólogos perinatais está crescendo à medida que mais profissionais reconhecem a importância da saúde mental materna. Entretanto, essa realidade ainda enfrenta desafios significativos.
Atualmente, existem apenas cerca de 3.000 psicólogos perinatais no Brasil. Isso é insuficiente diante da alta prevalência de transtornos mentais nesse período. A falta de profissionais capacitados limita o acesso a cuidados adequados.
Portanto, é urgente que mais psicólogos se especializem na área, contribuindo para um atendimento mais humano e eficaz às mães em momentos críticos de suas vidas.
O entendimento sobre a depressão perinatal evoluiu significativamente nas últimas décadas. Inicialmente, a depressão pós-parto era vista como um fenômeno hormonal, mas pesquisas recentes mostraram que é muito mais complexo.
A depressão perinatal abrange não apenas o período pós-parto, mas também a gestação. Estudos indicam que os sintomas podem começar antes do nascimento e persistir após o parto.
Com essa evolução no entendimento, é possível oferecer um suporte mais eficaz e sensível às necessidades das mães, promovendo uma abordagem que prioriza o bem-estar emocional.
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