Psicóloga, saiba a diferença entre bebê real e o bebê idealizado

Por:

Profª. Pós-Drª. Rafaela de Almeida Schiavo CRP/0693353

Para muitas mulheres ser mãe é um sonho que a acompanha desde a infância, estas planejam e sonham muito com o momento em que se tornarão mães. Fantasiar como será o bebê é importante e saudável, entretanto, é preciso também ter o “pé no chão” e não se deixar levar demais pelas fantasias, já que na maioria das vezes o bebê real, não é o mesmo bebê que foi idealizado. Portanto, o bebê idealizado só existe na imaginação, quando um casal/mulher engravida, o bebê que gesta é um bebê real e não fantasiado. 

Entendendo os comportamentos

Alessandra Piontelli, psicanalista, realizou um trabalho pioneiro observando o comportamento fetal por meio do ultrassom e acompanhando longitudinalmente esses fetos, desde o útero até completarem a idade de quatro anos. Ela descobriu que existe uma notável continuidade de comportamentos antes e depois do nascimento, onde cada recém-nascido é um ser altamente individualizado, ou seja, provavelmente os comportamentos idealizados pelos pais para seus filhos, não serão exatamente os comportamentos reais que as crianças irão desenvolver. 

Como ocorre a idealização do bebê

A idealização no geral é de que o filho será de determinado sexo, nascerá sem nenhuma anomalia ou deficiência física ou mental, será um bebê tranquilo, que chora pouco ou que não dá muito trabalho, que dorme sempre quando colocado para dormir, que se alimenta adequadamente, etc. No entanto, a criança real pode ser bem diferente da fantasiada e isso pode deixar os pais frustrados em diferentes níveis, desde uma leve frustração até desenvolver algum problema de saúde mental como a depressão por exemplo. 

Seria importante haver espaço no período gestacional para que os casais grávidos possam falar sobre as expectativas que têm depositado sobre o bebê, e possam refletir também a respeito da possibilidade de o bebê real não corresponder a essas expectativas fantasiadas. 

Conversar com casais que acabaram de ter bebê também ajudaria, pois, muitos se sentem traídos pela sociedade, pois a mesma, muitas vezes omite a esses o quanto cuidar de um bebê pode ser difícil principalmente quando o bebê não corresponde às expectativas dos pais.

 

CONCLUSÃO

Se sentir frustrado em relação ao bebê real não faz dos pais pessoas más, que não estão satisfeitos com o próprio filho, mas faz dos pais seres humanos como todos os outros, se sentir frustrado em relação ao bebê real não é o mesmo que não amar o bebê. A convivência do dia-a-dia ensinará os pais a como lidar com o bebê real. 

Referências

PIONTELLI, A. De feto a criança: um estudo observacional e psicanalítico Rio de Janeiro: IMAGO, 1995. 

ZORNIG, S.M.A-J. Tornar-se pai, Tornar-se mãe: o processo de construção da parentalidade. Tempo Psicanalítico. Rio de Janeiro, v.42, n.2, p.453-470, 2010.

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