O que perdemos quando ganhamos?

Por:

Denise Juliana Veiga de Queiroz Gomes Psicóloga Perinatal (Instituto MaterOnline) CRP CRP 05/61517

Encontramos na mídia, em roda de conversas, em livros, na TV, em vídeos e em tantos os espaços as maravilhas da maternidade, bebês fofos, cheirosos, que dormem, mães lindas e maravilhosas amamentando o seu bebê, mas será que essa é realmente a realidade para todas as  mães? 

Ter um bebê ou criança enche a casa de alegria… é o que mais escutamos, em parte é verdade, o maravilhoso sorriso, cada dia uma gracinha diferente, cada dia uma aprendizagem,  aquela mãozinha segurando no dedo da mãe, mas o que ninguém conta é que cada bebê é de uma  forma.

Nenhum bebê vem com manual, existem diversos desafios no decorrer desse percurso chamado maternidade e que cada mulher vivencia a gestação e puerpério de uma forma, isso tem relação com a sua história de vida, rede de apoio, estrutura familiar, classe social, saúde física e  mental, entre outras. 

Então mesmo quando a mulher ganha um bebê, ela perde muitas coisas e estamos falando  sobre os lutos vividos após o nascimento do bebê e que impactam a vida da mulher. No pós-parto  são vivenciadas diversas perdas, aqui vamos conversar sobre a perda do corpo, perda da vida social,  perda da vida conjugal e perda da vida profissional. Ocorrem outras perdas que não serão tratadas aqui. 

A perda do corpo: Durante a gestação, o corpo sofre diversas alterações físicas, como, aumento do tamanho da barriga, maior volume nos seios, alargamento dos quadris, aparecimento de estrias e após o parto nem sempre o corpo volta ao formato anterior à gestação. Essa questão pode ser muito dolorosa, pois a mulher vai conviver com um corpo que não é o que tinham antes da  gestação e esse fato pode causar sofrimento, baixa autoestima, dificuldades sexuais, dificuldade de  se reconhecer diante da nova imagem. O fato de não ter tempo para cuidar de seu corpo também  pode ser fonte de angustia. 

A perda da vida social: Quando a família tem um bebê, geralmente fica mais reclusa nos primeiros meses e no momento em que volta a sair, geralmente passa a frequentar locais mais  apropriados a nova estrutura, pois precisa ser um local onde a criança possa entrar, necessita de  fraldário, alimentação própria para a idade ou possibilidade de alimentar ou amamentar. Os amigos mais próximos passam a serem os que já têm filhos ou os que gostam de crianças. Isso pode causar desconforto para as mulheres que tinham a vida social muito agitada e não gostam de ficar em casa. 

A perda da vida conjugal: Na gestação e após o nascimento o casal passa a vivenciar a parentalidade além da conjugalidade e esse novo papel muitas vezes se sobrepõe, visto medos, mitos e no nascimento, cuidados com o bebê que precisam de muita atenção e dedicação de tempo.  A mulher nessa fase de adaptação dessa nova rotina pode estar muito cansada e totalmente voltada para o bebê, sem dar foco na vida conjugal. Conhecemos casais que vivenciam crises no relacionamento, chegando à separação.  A perda da vida profissional: A mulher que trabalha fora, depois que o bebê nasce, pode perceber a necessidade de realizar algumas alterações em sua rotina profissional, pois a criança  demanda tempo e atenção e nem sempre será possível retornar com a carga horária dedicada  anteriormente. Diante desse cenário, algumas mulheres buscam adaptar a sua vida profissional ao seu novo momento de vida.

Esse retorno pode não ser fácil, pois a mulher pode se encontrar entre focar na vida profissional e abrir mão de algum tempo com o bebê ou abrir mão de algum  investimento maior na vida profissional para ter mais tempo com o bebê ou encontrar algum  equilíbrio entre ser mãe e ser profissional. Independente da decisão, o que ouvimos é que fica a incerteza se foi a mais acertada. Será que no futuro não vou me arrepender? Será que estou fazendo  o certo?  Importante reforçar que os temas foram abordados de forma genérica e que cada mulher e família vão vivenciar de modo específico e conforme as suas prioridades, desejos, focos, história de vida, rede de apoio, mas é fundamental saber que o psicólogo perinatal pode apoiar nessa fase tão cheia de novidades e necessidade de readaptações. 

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